Ainda me sinto um pouco solitária ao compartilhar minhas descobertas e conhecimento sobre o tema Personal Branding, ou gestão de marca pessoal. Claro que essa solidão talvez tenha um impacto maior em mim e possa ser justificada, já que passei de alguém que fala diariamente sobre empreendedorismo, startups e aceleradora (buzzwords) para alguém que fala sobre Personal o que mesmo?
Mas apesar disso, eu gosto do desafio. Transformar um assunto desconhecido em algo didático e absorvível é algo que também passei ao explicar para a minha rede o que era uma startup ou, ainda, uma aceleradora de startups.
Bom, você deve estar acostumado a ouvir sobre desenvolvimento de marcas em empresas. E se você é empreendedor, também está acostumado a educar o seu mercado, diferenciar-se de concorrentes, identificar e entregar a sua proposta de valor e encantar o seu nicho de atuação. Você sabe quem são os evangelistas da sua marca, monitora quem fala da sua empresa online, faz curadoria do seu conteúdo e fica de olho nas tendências e no seu ROI. E, claro, tem como objetivo criar a melhor experiência possível para o seu cliente.
E você faz tudo isso porque sabe que o melhor marketing é o orgânico, ou o boca a boca, o que é reflexo da reputação da sua empresa. São claros os benefícios da criação da marca e da essência da sua empresa, do cumprimento dos valores dela aos clientes e como é importante você posicioná-la frente aos concorrentes.
Mas o que acontece quando essa lógica é aplicada a uma marca pessoal?
Ainda não no Brasil, mas o Personal Branding se tornou uma buzzword e várias personalidades, profissionais e empreendedores vêm investindo no tema na busca de reconhecimento e reputação em suas áreas.
Por outro lado, o tema marketing pessoal (o que não é sinônimo de Personal Branding – veja a diferença aqui) decresce no número de buscas, o que pra mim é compreensível no que se diz respeito à falta de autenticidade e credibilidade quando se investe em autopromoção. (O gráfico ao lado é referente a busca dos termos nível mundial. Quando busquei Personal Branding – ou mesmo marca pesssoal – apenas no Brasil, não tive resultados significantes).
Legal que nessa busca descobri cidades referências no tema como Nairobi na África e Utretch nos Países Baixos, muito devido aos incentivos de suas universidades com vários cursos sobre o assunto e de suas empresas que prestam serviços na área.
E então, por que não aplicar a lógica do desenvolvimento da marca, da identidade da sua empresa no fortalecimento da sua marca pessoal?
Sua marca pessoal é a sua reputação. Sua marca é composta de tudo sobre você, sua experiência, personalidade, ética de trabalho, a maneira de vestir, sua maneira de se comunicar. Basicamente, é tudo o que você coloca para fora no mundo. No entanto, isso é apenas metade da equação. A outra metade é a percepção que os outros têm de você. E eles são capazes de avaliar isso por meio dos sinais que você emite, online ou off-line, seja postando uma foto no Instagram dos seus jantares gourmet, compartilhando um vídeo de uma pegadinha ou fazendo um comentário a partir de uma notícia no cenário político. Essas mensagens são partes de um quebra-cabeça que é formado na mente das pessoas com as quais você interage e permite que você seja julgado e referenciado a outras pessoas.
O que muitas vezes deixamos de lado é como as mídias sociais ou a nossa presença online tem efeito sobre a percepção de como somos vistos. E não nos preocupamos como indivíduos em criar a mesma experiência que criamos para nossos clientes quando se trata da nossa rede de contatos.
Faça uma reflexão sobre quem você é e quais são os seus objetivos. Como você quer ser reconhecido? De que forma você quer interagir com as pessoas? Qual mercado você quer dominar? Será que a imagem que você tem de si é a mesma que as pessoas estão recebendo?
Consistência e autenticidade são as chaves para a construção da sua reputação e credibilidade. E com certeza você quer ser alguém que tenha reputação e credibilidade, independente de qual é a sua empresa ou de que área você trabalha.
Será que você está sendo fiel à sua essência e interagindo com o mundo de acordo com ela? E será que a sua presença online não pode ajudá-lo a construir o caminho para você atingir seus objetivos?
Eu acredito que sim.
Bom, sejam bem-vindos ao mundo do Personal Branding. E o primeiro passo para a construção da sua marca pessoal é a consciência. Comece a observar suas ações online e offline. Será que elas são consistentes e refletem quem você é?