Devo criar uma conta para o meu perfil profissional no Instagram?

março 19, 2018

É uma das perguntas que me fazem com frequência.

Curiosidade: Somos 57 milhões de usuários no Instagram, o que representa 27% da nossa população. O Brasil aparece na segunda colocação no uso da rede, logo atrás dos Estados Unidos, que tem 110 milhões de usuários.

Eu tenho duas contas no Instagram, mas apenas uma segue ativa.

Quando ainda estava no mundo das startups, eu decidi criar uma conta profissional, já que estava em contato e conhecia muita gente a todo momento. Assim, eram frequentes às requisições para me seguir. Como a minha outra conta possuía mais selfies e fotos com amigos do que qualquer coisa, entendi que seria adequado que esse pessoal tivesse acesso a outro tipo de conteúdo. Isso em junho de 2015 (na época o nome do perfil era jutechmall).

Meu primeiro post:

Desde então mantive em paralelo o meu engajamento: na pessoal, postando sobre a minha vida social e, na profissional, contando um pouco mais sobre a minha rotina empreendedora, além de dar dicas para aqueles interessados no mundo das startups. Ali em 2015, eu já entendia a lógica: o novo perfil não era para mim e sim para o meu público. E esse foi o principal motivo da minha decisão em ter mais uma conta. Para atendê-lo com o conhecimento que estava procurando naquele nicho.

 

Entretando duas coisas aconteceram com o passar do tempo:

Eu mudei de área de interesse (desde a saída do Techmall eu passei a me envolver menos com startups) e, talvez como consequência desse momento de migração, eu deixei de ser ativa na minha conta pessoal e comecei a mesclar as minhas “duas vidas” na minha conta profissional.

Com o surgimento do stories, a necessidade de postar fotos pessoais na timeline diminuiu ainda mais. Entendi que eu poderia contar um pouco mais da minha história e do meu dia a dia ali, sem necessariamente em tornar esse momento “eterno”.

Hoje quem me acompanha sabe que trabalho com Personal Branding, ainda dou uma dica ou outra relacionada à tecnologia, organizo o TWF e que estou em uma vida nômade (escrevo esse texto hoje de Santiago). O foco deixou de ser apenas profissional e se tornou uma mescla de quem eu sou e do que eu faço (ou seja, a minha marca pessoal).

Para aqueles interessados apenas em conteúdo em Personal Branding, talvez o meu perfil não seja o mais indicado. Apesar de semanalmente postar algumas dicas, cursos e partes dos meus textos do blog, a proporção não é grande comparado ao restante do conteúdo.

 

Então eu deveria criar uma conta apenas para o público interessado no tema Personal Branding?

Talvez.

No meu caso, se eu decidisse postar frequentemente e diariamente frases, dicas e posts sobre o tema, talvez fosse melhor ter uma outra conta, já que o público que me acompanha é uma mescla de “quem eu fui” e do que eu me envolvo hoje.

Essa segmentação poderia ser ainda mais polarizada pelo conteúdo, o que provavelmente mudaria o engajamento deles e o interesse em me seguir (o que não é ruim: quanto mais a sua marca polariza, melhor, pois provavelmente você fideliza mais algum público). Entretanto, eu já falo apenas sobre o tema no meu blog semanalmente, no meu grupo de Facebook, no meu Linkedin e na minha newsletter, então entendo que no Instagram eu posso trazer diferentes interesses ou mesmo focar mais no entretenimento do que no compartilhamento de conhecimento. E caso a audiência não queira saber de mim e apenas do que eu ofereço, ela tem a opção de migrar para outro canal.

Lembre-se de que eu sou a minha empresa hoje, ou seja, eu empresto a minha reputação ao que eu faço hoje como forma a engajar melhor a minha rede ao meu negócio.

 

Leia também: Devo focar na marca da minha empresa ou na minha marca pessoal?

 

Caso eu optasse por criar uma conta business do zero, eu também teria que começar uma audiência do zero. Além disso, o engajamento com marcas institucionais é cada vez menor. Nós queremos fazer negócios com pessoas e queremos saber mais da vida delas e do porquê delas nesse negócio.

De toda forma, entendo que o Instagram por vezes é a primeira escolha de rede para compartilhamento de conhecimento de muitos profissionais. E é sim possível fazê-lo de forma sutil, humana e mesmo de forma a entreter, já que esse é o principal foco da rede.

Se o seu planejamento de comunicação envolve o Instagram como rede principal e você já tem programado uma sequência de conteúdos interessantes na área e quer manter a sua timeline intacta e restrita aos amigos, criar uma outra conta pode ser a melhor opção.

Eu vejo o Instagram mais como uma ferramenta para reforço do posicionamento e do branding do que necessariamente uma fonte de conhecimento thought leader.

Além disso, redes sociais são sinônimo de relacionamento. Por isso, sempre ao criar um canal, é preciso dedicação de levá-lo a outro nível por meio do seu relacionamento com quem o segue. Postar automaticamente apenas por postar não trará resultados. É preciso dedicação e envolvimento.

 

E caso eu tenha várias atividades?

Tenho uma amiga que possui duas atividades, para três públicos diferentes.

A princípio, ela possuía apenas uma conta: a pessoal integrada ao profissional, como foco no público interessado em yoga. Ali ela poderia postar sobre o seu dia a dia, não só com a atividade, mas também sobre a rotina de alimentação saudável.

Entretanto, paralelamente, ela é professora de inglês e, recentemente, também de português para estrangeiros. E à medida que o seu negócio foi crescendo e o seu público aumentando (paralalelamente ao interesse desse público em seguí-la) ela entendeu que era o momento de migrar e segmentar essa audiência. Ela não se sentia confortável em ter seus alunos com acesso ao seu perfil pessoal, com fotos na praia e das suas atividades com o yoga.

O terceiro perfil também surgiu, pois a atividade como professora possui dois públicos com interesses distintos, um em inglês e um em português. E como o seu interesse é produzir conteúdo contínuo, específico para cada um deles, para engajá-los mais, segmentar foi a melhor opção.

Barreiras de linguagem podem provocar uma desconexão grande ao comunicar com a sua audiência. Por isso, alguns outros negócios também seguem a lógica da minha amiga e segmentam os seus perfis (lembrando que eles tem a estratégia de comunicar frequentemente nesses canais). Vejam o exemplo do Nandos em diferentes países:

 

 

Se você é empreendedor, mas não é um autônomo, consultor ou freelancer:

A conta do seu negócio pode ser que esteja atrelada à sua conta pessoal. Como mencionei antes, essa tática pode facilitar a sua vida, ao engajar o seu público existente com o business, além de humanizar a marca institucional e construir confiança. Com o tempo e o crescimento das atividades, essa opção pode gerar conflitos de visão e direção entre as duas partes. Além da percepção do público novo por ali sobre a marca. Assim, pode ser que seja uma boa idea manter separados os pensamentos, opiniões e atividades do empreendedor do negócio.

 

Mas então, devo ou não devo ter uma conta separada para o meu negócio?

Talvez.

Aqui alguns pros e contras:

 

Opção 1 – Ter contas separadas

Pros: Você terá liberdade total de postar o que quiser em seu perfil pessoal. Confesso que eu, por vezes, me limito ao postar. Ao mesmo tempo em que sinto menos necessidade de postar fotos mais pessoais (a não ser no stories).

Suas imagens provavelmente serão mais on brand para cada uma das contas e você conquistará mais followers focados no que tem a oferecer, já que não estará tentando agradar a vários públicos ao mesmo tempo.

Contras: Você terá que começar a formar a sua audiência do zero e pode ser que muitos dos seus amigos e contatos pessoais não queiram acompanhar o seu negócio (o que aconteceu comigo também quando fiz a migração para duas contas lá em 2015 e acredito que alguns ainda nem migraram).

Você terá que trabalhar duro ao criar conteúdo frequente para o novo perfil.

 

Opção 2 – Ter uma conta para os dois perfis

Pros: É mais fácil de gerenciar e provavelmente você terá conteúdo suficiente para mantê-lo ativo. Além disso é mais fácil de se conectar de forma mais significativa com os seus seguidores. Afinal, é difícil sentir essa mesma acessibilidade de uma conta na qual a foto de perfil é um logo (o que eu não recomendo caso você seja freelancer ou autônomo – mantenha o seu rosto ali).

Contras: Você tem que monitorar mais o que produz de conteúdo e entender se ele se encaixa para os diferentes públicos. Por exemplo, provavelmente o meu público interessado em Personal Branding não está interessado no meu conteúdo pessoal, o que pode desmotivá-los a me acompanhar. Por outro lado, caso eu comece a produzir e postar mais conteúdo profissional, meus amigos poderão não engajar tanto comigo.

 

O Instagram permite mais facilmente a mudança de login entre várias contas, o que facilita a vida do adminstrador. Além disso, você também tem a opção de migrar a sua conta para o modo negócios, dessa forma você terá acesso ao analytics e a algumas funções para facilitar a conversão do que você oferece de produtos ou serviços, como por exaemplo ads ou links no stories.

Lembrete importante: Em qualquer uma das opções escolhidas, tenha sempre em mente que essa é uma rede visual, e por isso a qualidade das imagens faz muita diferença no engajamento. Você também pode ir além ao criar um look and feel para a harmonia e diferenciação da sua conta, mas esse é um outro assunto.

 

Algumas perguntas que você pode se fazer antes de tomar uma decisão:

 

  • Qual o seu objetivo com a rede? Mostrar os bastidores do seu dia a dia, ganhar mais clientes, reforçar o seu posicionamento, conectar-se pessoalmente com seus seguidores, iniciar conversas…?
  • Os seus posts pessoais podem fazer sentido para o público geral?
  • Seu negócio é parte importante de quem você é e do que faz no dia a dia ou você prefere mantê-lo separado?
  • Voce teria conteúdo suficiente para manter a conta do seu negócio ativa e movimentá-la pelo menos uma vez ao dia?

 

Não há estratégia certa ou errada e, sim, aquela que mais se adequa ao seu momento, objetivos e à sua rotina.

Pode ser que em algum momento eu decida segmentar o meu público, mais uma vez, e mantenha o perfil que hoje é pessoal e profissional, apenas como pessoal, já que ele (mesmo falando bastante sobre trabalho) define quem eu sou e o que eu represento.

Ou pode ser que eu o mantenha do jeito que está, e eu continue compartilhando conhecimento mais em outros canais. Dependerá da minha estratégia mais pra frente e dedicação.

Avalie os seus objetivos e vá em frente. Teste o que achar que faz mais sentido. Com o tempo você entenderá o que funciona melhor pra você, para os seus objetivos e para o seu público.

E vocês? Tem algum case para compartilhar ou alguma opinião a acrescentar?

Sobre Juliana Saldanha

Sou Estrategista em Personal Branding.
Tenho como missão te ajudar a posicionar-se no mercado e comunicar o seu valor de forma relevante e memorável.

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