Devo focar na marca da minha empresa ou na minha marca pessoal?

fevereiro 25, 2018

Esse é a grande dúvida de muitos empreendedores, colaboradores e autônomos com os quais converso.

A Importância do Branding

Com a competitividade do mercado, a infinidade de opções e o nosso deficit de atenção com a quantidade de informações, o branding torna-se fundamental. A sua mensagem (e ações) devem se relacionar com o outro para que haja engajamento e a escolha pela sua marca seja inquestionável, natural para aquele determinado público. Afinal, queremos investir o menor esforço ao não empurrar produtos e serviços, e sim, ao atrair oportunidades e pessoas certas que se identificam com o que temos a oferecer. Ou seja, mais do que cuidar da consistência visual, o branding traz coerência e estabelece identidade, deixa claro o que o torna único e cria um relacionamento de dentro para fora.

Branding para empreendedores

O Personal Branding pode ser sim, visto do ponto de vista racional, como um diferencial estratégico. Nós fazemos negócios com pessoas. E pessoas gostam de fazer negócios com pessoas que elas conhecem, gostam e confiam. Assim, a sua marca pessoal pode atrair muitos clientes e oportunidades para os seus negócios. Nesse caso, você atua na linha de frente da marca da sua empresa.

Entretanto, não é só isso. Marca pessoal é a nossa reputação. E a nossa reputação é a única coisa que temos como permanente. Com a inconstância das mudanças de mercado, iremos mudar de trabalho, profissões, sair e vender empresas ou falhar em nossas atividades diversas vezes. A gestão da sua marca pessoal permite com que você entenda qual o seu valor, o que o torna único e aonde quer chegar. Ela deixa alinhado todos os elementos relacionados a você e, portanto, a tomada de decisão do caminho a seguir é mais lógica e natural. Você se torna menos dependente das oscilações e da perspectiva do que o mercado exige, pois a sua marca transcende títulos, cargos ou status. Você sabe o valor que entrega e sabe quem se conecta ou não com você (perceba que eu não disse “e sabe onde você se encaixa”).

Sendo assim, ter o planejamento estratégico da sua marca pessoal faz muito mais sentido e permite que você entenda ao que se associar e no que não se envolver. O que fere os seus valores e o que compartilha a sua visão.

Colocando de maneira visual, você é o business e o que você faz são os produtos dessa marca. O business não é o produto, ele é algo maior, amplo. Mas o produto está sempre alinhado com a estratégia da marca, pois é um reflexo de sua identidade, visão e estratégia.

Ou seja, nesse caso você empreendedor é o business (a marca) e o seu negócio é o produto, que fará parte da estratégia para que o ajude a cumprir a sua trajetória.

Eu sou a minha empresa?

No começo a marca da sua empresa é quase inseparável da sua marca pessoal. É você que deve emprestar a sua reputação e o que oferece de valor para que os primeiros clientes cheguem e para que a empresa forme a sua identidade. Com a chegada de mais pessoas, essa identidade se dilui/mistura ou mesmo se mantém, dependendo da sua gestão.

No começo o seu foco será quase 100% a sua empresa. É natural que você, do ponto de vista de quem o acompanha, seja o seu negócio. O investimento de energia deve ser alto para que a empresa tome forma e comece a girar de maneira mais independente. Você vai apenas falar sobre a sua empresa, as conquistas dela e essa se torna a sua marca para quem o segue (você também vai esquecer de ter vida pessoal, hobbies e outros interesses). É natural. Mas não deve ser permanente.

O grande ponto é ter a consciência de que você não é a sua empresa (mesmo que você esteja sendo naquele momento). E de maneira mais ampla, você não é o que você faz. É por meio do que você faz que você entrega o seu valor (identidade, personalidade, conhecimento, habilidades, missão) para ajudar você a cumprir a sua trajetória pessoal.

Quando começar a investir na gestão da minha marca pessoal (Personal Branding)?

Como disse Jeff Bezos (A sua marca é o que falam de você quando você não está presente). Ou seja, você já tem uma reputação. Nós não temos controle da nossa reputação, mas podemos influenciá-la ao prometer e entregar o nosso valor. E a entrega consistente dessa promessa é que cria confiança e credibilidade.

A gestão de marca pessoal é para a vida. E o quanto antes você tiver consciência, o quanto antes tomará as rédeas da sua jornada.

Quando muitos me perguntam sobre quando começar, muitos tem em mente e querem dizer: quando começar a comunicar nas mídias sociais, fazer palestras e ser reconhecido?

Primeiramente: quando você entender a que veio, qual a sua marca e qual o seu posicionamento. A comunicação é (e deve ser) o último ponto a ser pensado. Afinal, como saber o que comunicar se não entendermos para que e por que devemos comunicar?

O Personal Branding se trata muito mais de ações com coerência e resultados, do que imagem. Claro, a imagem e a comunicação são importantes, pois quebram barreiras físicas nas redes e atraem oportunidades. Ela é a ponte da nossa marca para o mundo. Mas a comunicação não deve comprometer a entrega, a promessa. Sendo assim, o quando depende mais da intensidade com a qual você se propõe a comunicar, para que se adeque à sua rotina e, mais importante, do não comprometimento da sua entrega, da sua ação. Ou seja, de nada adianta você focar grande parte da sua rotina em dar palestras e a compartilhar conteúdo, se a sua entrega não está sendo bem feita.

Partindo do princípio de que Personal Branding não é sinônimo de comunicação

Quando começar a fazer a gestão da sua marca pessoal?

Ontem.

Por que? Porque o Personal Branding é uma evolução e não um ponto de chegada. Vamos sempre absorver mais, experimentar e ajustar. Quanto antes você a compreende e define a sua estratégia, antes você colhe os resultados. Além disso, a comunicação deve ser reflexo do posicionamento. E em algum momento você começará a comunicá-lo porque quer atrair as oportunidades desejadas. E a melhor forma de fazer é de forma natural, consistente e não impulsiva e desenfreada.

Nas redes, muitos agem no desespero e até perdem credibilidade pelo excesso e falta de coerência do que é comunicado. Além da falta de relevância (vide Linkedin atualmente). Aparecer e ser influenciador parece ser o pote de ouro da atualidade.

Mas lembre-se que a comunicação vai além do online. No offline, você comunica a sua marca a todo momento a seus parceiros e colaboradores. Se você quer compartilhar a sua visão e os seus valores, e engajar pessoas nessa jornada, você deve ter consciência da sua marca. Lembre-se pessoas fazem negócios com pessoas.

E como freelancer ou autônomo?

Nesse caso, as marcas se entrelaçam ainda mais. O que você entrega como serviço é o seu valor profissional (competências, experiências e habilidades).
Sendo assim, você não empresta a sua reputação à sua empresa, elas são indistinguíveis. Ao ter mais atenção à sua marca pessoal, você pode ter mais poder e influência sobre sua presença ao trazer o seu lado humano e, finalmente, estabelecer relações mais valiosas com seus clientes.

Atuar de forma regularizada como pessoa jurídica também demonstra profissionalismo, fator que contribui para a construção do seu valor profissional.

Um freelancer que possui CNPJ e emite notas fiscais, por exemplo, passa maior credibilidade e autoridade em relação ao serviço prestado. Além disso, a formalização também pode trazer algumas outras vantagens como: a possibilidade de pagar menos impostos do que como pessoa física; mais opções de crédito bancário e ainda a contribuição para a previdência, podendo garantir direitos como auxílio maternidade, auxílio doença e auxílio aposentadoria. 

Se optar por abrir um CNPJ, será essencial solicitar o auxílio de um contador, mas antes disso, você pode entender um pouco mais sobre o assunto no post da Contabilizei sobre como abrir uma empresa online.

Reforçando: Você não é apenas o que você faz como serviço, mesmo como autônomo ou freelancer.

E é isso que tenho observado, cada vez mais, com aqueles que vendem o Personal Branding. Não se trata de criar a sua imagem como profissional e, sim, trabalhar a amplitude da marca você e como o seu “O QUE” se encaixa na sua trajetória. E claro, atrair oportunidade para o seu “O QUE” como primeiro passo. Mas de maneira nenhuma se trata de uma produtização de você.

Leia: Personal Branding: Não à produtização da sua imagem

E se eu sou colaborador de uma empresa?

Nesse caso, as duas marcas provavelmente são diferentes. Entretanto, vocês provavelmente compartilham da visão e dos valores, caso você esteja engajado com a empresa e com o que faz. A gestão da sua marca pessoal te permite entender o por que você se conecta com a marca, o que você quer absorver da empresa e como pode colaborar com ela. Há um aumento de autorresponsabilidade, já que a trajetória é sua e a empresa é parte dela e, provavelmente, um aumento dos seus resultados, já que você se torna mais intencional em suas entregas (afinal, é também a sua reputação). As tomadas de decisão durante as transições são mais lógicas e a negociação do seu valor (que aumenta) é mais consciente.

CASE Bill Gates:

A marca Bill Gates vai além da Microsoft. Atualmente, inclusive, ele coloca a sua Fundação Bill and Melinda Gates como a principal atividade, refletindo um dos seus principais valores que oferece ao outro: a filantropia. Antes disso, claro, ele trouxe resultados liderando a Microsoft e a levando a uma rápida expansão, ganhando a reputação de um líder da indústria e uma das forças na revolução dos computadores pessoais.

Bill Gates é sinônimo de otimismo, de filantropia, de um leitor voraz (compartilha os resumos de suas leituras no blog Gates Notes), de um sábio homem de negócios e de parte da revolução da tecnologia, além de ser um viajante do mundo (como ele mesmo se define em seu Linkedin). Essas características de marca não vem apenas com palavras e, sim, com coerência em ações, o que reflete em seus discursos (e sem esquecer que antes disso ele trouxe resultados).

Beneficios:

O Personal Branding te ajuda a ter coerência.
E a essa coerência traz harmonia, foco e paz interior, além de economizar a sua energia em tomadas de decisão. Como consequência, ainda, traz credibilidade, engajamento e mais oportunidades para que você cumpra a sua trajetória.

A minha marca pessoal:

Só por curiosidade, como exemplo em um exercício, abaixo algumas associações da minha marca pessoal (sem entrar em detalhes agora de como elas se conectam e do porque eu faço o que eu faço).

O meu foco, comunicação e entrega de valor estão principalmente no Personal Branding neste momento. E faz sentido. Ele transmite muito do que eu acredito. O que não quer dizer que eu sou apenas o Personal Branding nos bastidores.

Nós somos muito mais. Seres complexos e multipotenciais. O que é completamente diferente de querer ser tudo para todo mundo ao mesmo tempo. E muito menos não ter foco e fazer/comunicar tudo a todo momento. É preciso estratégia, timingÉ preciso coerência. É preciso entregas e resultados. 

E no seu caso, o que define a sua marca?

E qual o seu posicionamento no mercado no momento?

Dica: Faça essa nuvem você também usando o worditout.com.

Sobre Juliana Saldanha

Sou Estrategista em Personal Branding.
Tenho como missão te ajudar a posicionar-se no mercado e comunicar o seu valor de forma relevante e memorável.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Toda semana eu compartilho minhas melhores dicas e reflexões sobre branding pessoal e empreendedorismo. É um conteúdo legal mesmo! Assine aqui pra receber
100% privacidade.Sem Spam.
Sobre Juliana Saldanha
Olá! Eu sou a Juliana e Juliana Saldanhasou Estrategista em Personal Branding. Tenho como missão te ajudar a posicionar-se no mercado e comunicar o seu valor de forma relevante e memorável. Leia mais sobre mim.

Quer ser o número 1 na mente do seu público?