Marketing Pessoal X Personal Branding (ou Gerenciamento de Marca Pessoal)

fevereiro 2, 2016

Como contei no meu último post, confundir esses dois termos ou não conhecer o significado de um ou outro é muito comum (especialmente entre empreendedores – como eu – que não vêm das áreas de comunicação ou design). Como também comentei, é extremamente importante descobrir sua marca pessoal antes de investir no marketing pessoal.

Lembro-me até hoje das primeiras reações que recebi ao contar que estava investindo no meu marketing pessoal através das redes. Foi como se para aquelas pessoas eu tivesse perdido totalmente a minha credibilidade, como se eu estivesse manipulando todos ao redor para alcançar o sucesso nos negócios. Me senti péssima. Eu que sempre fui super exigente quanto a querer conquistar o sucesso através do trabalho duro, da credibilidade e do zero glamour. Lembrei na hora daqueles charlatões que vivem de suas palestras motivacionais baseadas em livro de auto-ajuda e pregam aquilo que nunca praticaram em suas vidas. Naquele momento de olhares cruzados, me senti nesse ponto de comparação.

É cultural. O marketing pessoal é sim muitas vezes considerado auto-promoção da pior qualidade e, por isso, condenado à prisão perpétua (ou ainda, à sentença de morte) por aqueles que tanto lutam e querem ser referências pelos seus resultados (e não pela imagem).

Entretanto, existe uma grande diferença entre essa auto-promoção e o marketing pessoal. Assim como as empresas através do marketing comunicam sobre seus produtos e serviços não mais com auto-promoção e, sim, com conteúdo de interesse para o seu público, nós profissionais podemos fazer o mesmo. E essa é uma forma inteligente e agradável de atrair o público certo para a sua marca. Esqueça aquela imagem de profissionais publicando seus cartazes dizendo: “Venha assistir à melhor palestra do mundo sobre o tema!” ou “Contrate o maior expert em vendas do Brasil”. Nós não precisamos mais disso, certo? Ou sequer acreditamos.

O marketing pessoal feito de forma planejada, alinhada com a sua MARCA PESSOAL faz total sentido. Todo mundo sai ganhando. Porque apesar de a mensagem no marketing pessoal ser unilateral, o benefício deve ser mútuo (para quem o faz e para quem o recebe).

Por outro lado, não confunda marketing pessoal com gerenciamento de marca pessoal, ou o termo da moda, Personal Branding.

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O gerenciamento de marca pessoal tem como objetivo deixá-lo consciente e apto a gerenciar os sinais que você emite (seja na forma de andar, comer, ouvir, falar) para que estes sejam coerentes e consistentes com quem você realmente é.

Quantas vezes emitimos sinais opostos e passamos a impressão de sermos alguém que não somos?

Marca pessoal é a sua reputação, que é definida pelo seu caráter. É a sua essência. É a maneira como os outros enxergam você através de suas ações, suas experiências e suas conexões emocionais com elas.

Todos nós temos uma marca pessoal (seja a gestão dela consciente ou não). O que poucos sabem (e menos ainda, fazem) é gerenciá-la de maneira inteligente e saudável. Os sinais que você emite, ou seja, a sua comunicação, deve estar alinhada à forma como os outros a recebem. Esse é o desafio. Caso contrário, você confundirá o seu público e não passará credibilidade.

Nós, a todo o momento, procuramos sinais de inconsistência em outras pessoas, como forma de podermos avaliá-las se são de confiança ou não. É algo sutil e inconsciente. E é algo utilizado em nossa tomada de decisões. Afinal, é difícil confiar em quem fala de uma forma e age de outra, certo?

Para gerenciar sua marca pessoal você deve descobrir quem você é na sua mais autêntica forma, o que exige tempo e dedicação. E essa não é uma tarefa fácil. Especialmente porque somos seres extremamente complexos e muitas vezes inconstantes. Cada um de nós é um ser único. Na forma de andar, comer, ouvir, falar, com suas forças e fraquezas, conquistas e perdas. E é todo esse conjunto que forma a sua marca e é ela que o torna único e memorável.

As maiores histórias de sucesso inevitavelmente envolvem pessoas que se destacam da multidão, pessoas que podem ter ou não talentos extraordinários, mas que definitivamente sabem como representar suas capacidades em tudo o que fazem. No momento em que você tiver essa consciência e começar a trabalhar a sua marca pessoal muitas portas se abrirão (dentro e fora de você), fazendo com que você se destaque e potencialize o que há de melhor.

Não estou dizendo que para alcançar o sucesso você deve necessariamente seguir esse caminho, mas com toda a certeza, ele é um ótimo impulsionador e te levará um passo a frente (e lembre-se que o sucesso envolve muito mais coisas que dinheiro, ok?).

Então, espero que agora – pelo menos entre vocês – eu não receba mais aqueles olhares tortos quando eu disser que eu gerencio a minha marca pessoal (ou seja, eu tento alinhar os sinais que eu emito ao público com a minha essência, com quem eu realmente sou, evitando falsas percepções e decepções) e também faço marketing pessoal (faço mesmo! caso contrário não estaria escrevendo esse texto e emitindo minha opinião sobre assuntos do meu interesse profissional).

E ai? O que acham? Estou livre da condenação?

Sobre Juliana Saldanha

Sou Estrategista em Personal Branding.
Tenho como missão te ajudar a posicionar-se no mercado e comunicar o seu valor de forma relevante e memorável.

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4 comentários

  1. Ótima reflexão! O autoconhecimento é fundamental e necessário para gerir de forma equilibrada a sua Marca Pessoal. Quando você diz que “procuramos sinais de inconsistência em outras pessoas” acredito que em alguns momentos isso vale também para validar algum comportamento, seja positivo ou negativo. É como se ficássemos mais confortáveis com nossa própria inconsistência.

    1. Obrigada pelo comentário, Luciana!
      Faz sentido. O que acho um grande desafio é ter consciência dessa inconsistência. E colocá-lo em nosso radar em nossas ações do dia-a-dia é ainda mais. Por outro lado, com disciplina e objetivos claros, se soubermos como gerenciá-la, o ganho é impulsionador e vale muito a pena! 🙂

  2. Oi Juliana, interessante seu texto. Sou roteirista, e uma forma que uso para descobrir a marca pessoal de cada um é ajudá-los a criar uma narrativa sobre sua vida, considerando suas motivações, seus desafios, e os impactos que pretendem causar no mundo.
    Obrigado pelo texto.

    1. Oi Gustavo,
      Que bom que curtiu o texto! E bom saber que você é roteirista. Saber contar sua história é super importante para a comunicação de uma marca pessoal!

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