Não Tenho Uma Personalidade Forte: Posso Ter Uma Marca Pessoal Relevante?

maio 21, 2018

Essa foi uma das perguntas feitas ao final da apresentação que dei no Festival Path nesse último sábado.

Como eu falo sobre o tema, sou geralmente tomada como referência sobre o que é ter uma marca pessoal relevante. Provavelmente, muitos então associarão o tema a ser alguém comunicativo, que está sempre nos palcos, com grande personalidade e aberto com relação à sua vida pessoal no mundo online. O que não é necessariamente o caminho a ser seguido.

Voltando às definições de marca, eu gosto de mencionar dois pontos: a marca é uma promessa entregue consistentemente ao outro (seu público alvo) e a marca é um atalho de tomada de decisão para determinada necessidade ou desejo.

Entregar uma promessa de forma consistente e ser a opção certa para o que você tem a entregar de valor, não envolve necessariamente uma personalidade expansiva.

 

Mas e se eu quero ser memorável? Como faço?

A memorabilidade surge mais pela maneira como você fez o outro se sentir e menos com a imposição da sua personalidade em uma interação. Em conversas de networking, por exemplo, pode ser que você se lembre mais da atenção dedicada e da paz de espírito que uma pessoa te trouxe em uma conversa do que aquele que fez uma festa ao te encontrar e foi enfático em suas considerações.

A memorabilidade é consequencia, ainda, da interação com aquilo ou com alguém que é autêntico e que, provavelmente, será atrativo aos olhos do outro. Por mais tímido, estranho ou introspectivo que ele seja. A atratividade vem de dentro, daquilo que é naturalmente seu e é reforçada com a aceitação interna de expor isso ao mundo.

O objetivo da gestão de marca pessoal não é você ser palestrante ou famoso. Ser estratégico e ter consciência na gestão dela significa você facilitar a escolha por você, de maneira mais orgânica e inquestionável, por aquilo que você tem de melhor a oferecer de valor.

É você aumentar a percepção de valor da sua marca pessoal (não necessariamente para todos, mas sim pelo outro que tem importância nessa decisão por você), o que te dará mais autonomia e mais liberdade de ser ainda mais autêntico e atuar da forma como desejar.

Comunicar é apenas a etapa final de um processo de Personal Branding. Antes disso, é preciso trazer à tona e fortalecer  aquilo que é único: o misto da nossa identidade, experiência, personalidade, conhecimento e história de vida. E então, entender qual o seu posicionamento no mercado e assumir qual promessa você faz ao outro.

A comunicação é “apenas” a verbalização dessa promessa para fora. E é importante por dois pontos principais: as pessoas precisam ter acesso ao que você tem de valor para as ajudarem a serem melhores e, segundo, pois ao verbalizar a sua promessa, as expectativas e cobranças aumentam,  o que o pressiona a ser ainda melhor nas entregas (marcas fortes prometem e entregam essa promessa consistentemente).

Você não tem uma personalidade forte e não é quem chama mais a atenção ao entrar em um ambiente?

Isso não é um problema.

Leia também: 5 razões que te impedem de investir na sua marca pessoal 

 

A marca Roger Federer

É um exemplo de uma marca pessoal forte (e bem valorizada) e com uma personalidade não expansiva.

O grande jogador de tênis tem o valor de sua marca avaliada em 26 milhões de dólares. É patrocinado por empresas como Rolex, Nike e Mercedes Benz.

(Fonte: Roger Federer website)

Roger possui as duas características de uma marca pessoal relevante:

Autoridade e Atratividade.

A autoridade nesse caso nem precisa ser mencionada: é inquestionável. A excelência em suas habilidades no tênis e seus resultados falam por si só.

E a atratividade existe por ele ser exatamente quem é. Dentro e fora das quadras. Na frente ou por trás das câmeras. Sem grandes alardes, sem envolvimento em polêmicas, sem impor uma voz alta.

A experiência em interagir com a marca Federer é sólida e consistente. Ele é considerado adorável por todos, por sua calma e positividade. Ele é consistente em sua personalidade, suas boas maneiras, humildade e respeito ao outro.

A atratividade não é sinônimo de ser chamar a atenção para si ou estar nos palcos a todo momento. A exposição exagerada ou a visibilidade a todo custo pode nos levar a outra direção inclusive, a da desvalorização. No caso de Federer, existe um ar de clean, de leve, sólido e de premium em torno de sua marca, o que é valorizado pelas empresas que o patrocinam.

A atratividade vem da valorização do que vem de dentro e de você vestir a camisa de quem você é, com orgulho. Feito mesmo que sem alardes, humildemente.

Para ter uma marca pessoal forte, é preciso a combinação desses dois pontos: Autoridade e atratividade. Um sem o outro não trará o mesmo resultado.

 

Àqueles mais introspectivos, valorize o fato de você ser assim e explore essas características. Personal Branding não é ter você como o centro de tudo e, sim, o outro. É fazer o outro brilhar pela excelência naquilo que você tem a oferecer: seja para o seu cliente, seu chefe ou seu expectador. É fazer o outro ter a melhor experiência ao interagir com a promessa da sua marca. E isso eu tenho certeza de que você sabe oferecer.

 

Sobre Juliana Saldanha

Sou Estrategista em Personal Branding.
Tenho como missão te ajudar a posicionar-se no mercado e comunicar o seu valor de forma relevante e memorável.

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