Pelo Fim do CV

maio 28, 2018

Sim, sou a favor de desbancar o currículo tradicional do seu posto de retrato do profissional do século XXI (ao menos do seu ponto de vista, para que você não se apóie nele).

O mercado mudou, a dinâmica e a estrutura das relações profissionais e das empresas mudaram. Como em um mundo profissional cada vez mais fluido ainda é dominado e representado por um pedaço de papel estático e não interativo?

Como expressar a sua capacidade relacional e interpessoal apenas com as suas palavras, sem endosso da sua rede? Como demonstrar o que o torna único, um misto dos seus valores, personalidade, paixões e maneira de pensar nas entrelinhas do seu job description? Ou como falar da sua alta capacidade de solucionar problemas descrevendo em algumas linhas o que executou em sua última empresa?

Sim, eu entendo que o envio de currículos seja um filtro inicial para muitas empresas. Mas, o papel aceita tudo. Ainda mais quando você é o único responsável por sua elaboração.

O mundo atua em rede e é cada vez mais co-criado, colaborativo, prático e não teórico.

Os melhores profissionais podem não ter o melhor currículo, certificados ou diplomas das melhores escolas e universidades. Os melhores engenheiros podem não ter a melhor escrita assim como os melhores designers podem não ter trabalhado nas mais renomadas empresas durante sua trajetória.

A validação se torna menos comparativa com base nos padrões antes sinônimos de qualidade, aqueles que eram quase uma “certificação de procedência”.

Certos tipos de inteligência, habilidades, diferenciais não são representados no papel. Estes são parte do que o tornam único, da sua impressão digital, da sua reputação ou, como eu costumo definir, da sua marca pessoal.

Marca pessoal é tudo que é relacionado a você. Ela é composta por sua experiência, personalidade, valores, sua maneira de se comunicar, agir… Basicamente, é tudo o que você coloca para fora no mundo. No entanto, isso é apenas metade da equação. A outra metade é a percepção que os outros têm de você. Por isso, a marca pessoal está relacionada diretamente à sua reputação.E a gestão dela, ou o Personal Branding, significa você ter a consciência de qual é a sua marca e saber como gerenciá-la.

 

O profissional do futuro

O profissional – gestor – freelancer – empreendedor do futuro não se preocupa com o currículo. Ele se preocupa com a experiência que provoca e o impacto que causou a cada novo emprego, projeto, cliente, bate-papo. Durante toda a sua trajetória ele imprime a cada interação uma experiência, que então o torna memorável e notável e, mais importante, único.

Além disso, cria conexões e conquista evangelistas ao seu redor, dispostos a endossar seu bom trabalho e reputação. Ele sabe quem é e quem não é, e vive de acordo. Ele imprime conscientemente a sua marca pessoal. E definitivamente não participa de processos por meio do envio de pilhas de currículos.

Assim como a boa reputação de uma marca atravessa oceanos, a reputação de um bom profissional cruza fronteiras das empresas.

Vale lembrar também que o mais importante critério aqui também não está no papel: o caráter. Reforçando o que dizem e praticam muitos dos CEOs do mundo: Contrate caráter, treine habilidades.

 

Crie Atalhos

Marcas (pessoais ou de empresas) tem um papel fundamental em nossas vidas: elas criam atalhos. Atalhos na tomada de decisão, cada vez mais difícil pela infinidade de opções. Não temos e não queremos investir muito tempo analisando opções e comparando característica por característica para fazer uma escolha. Queremos já saber que aquela opção é a escolha certa para nós.

Observe como pedir indicações e opiniões de quem confiamos se tornou uma atitude frequente. Seja quando quero avaliar qual o melhor computador a ser comprado ou qual o nutricionista esportivo na minha cidade posso confiar.

E para que sejamos considerados nesse pool de alternativas, antes da tomada de decisão, é preciso que nós facilitemos essa escolha. É preciso que estejamos na memória de quem queremos atrair.

 

Então preciso falar de mim o tempo todo?

A maior visibilidade e exposição não é de longe sinônimo de sucesso por si só. E a autopromoção não gera valor ao outro, apesar de importante na dose certa.

Assim como marcas são memoráveis pelos benefícios, funcionais ou emocionais, que proporcionam, o mesmo vale para nós. E esse benefício pode ser entregue no mundo offline, no um a um, ou de forma mais ampla no mundo online. De que forma você guia o outro a ser melhor com base no que tem de melhor a oferecer?

 

Um exemplo?

A Luciana, minha cliente, facilitou a escolha por ela. Ela sabia quem queria atrair e fez questão de criar valor de forma consistente a esse público. Essa era a sua jornada, depois de ter definido a sua estratégia: entregar valor ao outro baseado no seu conhecimento, online e offline.

Ela facilitou ser considerada a melhor alternativa pelo seu recrutador, atento às suas movimentações nas redes.

Ela também facilitou a escolha do CEO da empresa, que leu seus bem escritos artigos sobre um tema chave para a empresa e a função, e teve material suficiente para discutir e sair da caixa durante a entrevista.

 

CEO da empresa VOCÊ

O novo profissional será o CEO de si mesmo e da sua própria trajetória.

E CEOs de suas jornadas, criam valor e oportunidades, e não currículos.

O currículo representa para mim o ato de colocar o profissional em uma caixa, rotulado em títulos e cargos, formado em produção em série em um caminho previsível de certificados e diplomas. Em uma seleção, como se destacar ao escolher entre tantos perfis similares?

Para o profissional, fica o desafio do investimento em sua marca pessoal como sua âncora e atalho, já que é ela o único fator perene nesse novo e dinâmico mercado.

E as empresas pequenas ou multinacionais tem o grande desafio de adaptar seus processos de matchmaking se quiserem ter os melhores “CEOs” como colaboradores.

 

 

Sobre Juliana Saldanha

Sou Estrategista em Personal Branding.
Tenho como missão te ajudar a posicionar-se no mercado e comunicar o seu valor de forma relevante e memorável.

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