Essa poderia ser a minha recomendação baseada no que eu ouvi durante muitos anos da minha vida. E talvez a mais confortável para muitos de nós.

Sou mineira e eu sempre soube que o trabalho deveria falar por si só. A etiqueta diz que pessoas competentes não precisam se autopromover e que, na verdade, isso não é bem visto e pode até atrapalhar a conquista de nossos objetivos.

Não é atoa que em Minas temos a expressão “come quieto” o que basicamente, no mineirês, quer dizer: Faça muito e fale pouco. Afinal, o reconhecimento virá como consequência do seu trabalho duro.

Muitos de nós nos sentimos desconfortáveis e advogamos contra a autopromoção ou o marketing pessoal. Temos enraizados imagens e dizeres que moldaram a nossa concepção do que é certo e do que é errado. E autopromoção definitivamente está entre aquilo que é errado.

Você não quer ser aquele cara chato que apenas se gaba de suas conquistas e ninguém gosta, certo?

Certo.

Mas é preciso olhar com outros olhos para essa prática, porque:

O comportamento de mercado mudou e a autopromoção não precisa ser feita de forma indesejável.

Mudança do comportamento do mercado

Hoje para atrair as oportunidades que desejamos é preciso o reconhecimento, não apenas do outro, mas de nós mesmos a respeito do que temos de melhor a servir e a oferecer ao nosso público.

Quando entendemos qual o valor que temos, temos clareza de que ele é e será útil para um determinado público. E o nosso senso de urgência de encontrar quem precisa do que temos de tão valioso aumenta.

A visibilidade (quem não é visto, não é lembrado) e a credibilidade (porque devo acreditar em você?) são fundamentais para nos ajudar na tomada de decisão e facilitar a nossa escolha.

Com a redução da nossa atenção em um mundo com tanta comunicação e com tanta oferta ao nosso redor, precisamos de ajuda e atalhos para absorvermos a informação de que “você é a melhor opção” para o que eu preciso.

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Autopromoção desejável

O Personal Branding não é sinônimo de autopromoção. A gestão de marca pessoal é a gestão da sua reputação. Tem como foco você ser visto como a pessoa certa pelo que você tem a oferecer. Ser lembrado e procurado por aquilo que você deseja. E isso envolve criar atalhos de decisão. Envolve fazer promessas e, claro, entregas ao seu público.

Entretanto, a autopromoção é importante e deve fazer parte dos 20% da nossa comunicação (se pensarmos que os 80% restante tem como foco o que o nosso público procura e considera relevante, talvez você não se sinta tão desconfortável em falar sobre si em 20% do tempo).

Afinal, se queremos facilitar a escolha por nós, precisamos que saibam o que nós oferecemos.

Como se autopromover sem se sentir envergonhado pela prática?

Existe uma linha tênue entre se gabar e se autopromover.

Esqueça a imagem daquele vendedor insistente que tenta nos empurrar algo que não queremos e daquele cara “sabe tudo” que não facilita a atração da nossa simpatia.

A mudança de perspectiva de que você tem muito valor para deixar que ele não seja acessado por mais pessoas, pode ajudá-lo na prática. Lembre-se de que se você não o fizer suficiente, você poderá estar perdendo oportunidades valiosas.

Se a ideia de se promover ainda não te agrada, aqui algumas dicas (eu já passei por isso viu?):

• Em vez de repetir o quanto você é bom e tudo que já conquistou, foque no quanto o seu trabalho tem ajudado e contribuído positivamente para o seu público atingir seus objetivos.
• Torne-se uma fonte confiável de boas informações em uma área específica do seu conhecimento. A sua expertise compartilhada por si só dirá o quanto você tem relevância na área.
• Tenha orgulho da sua trajetória e conquistas. Revise a sua história e tudo que passou para chegar onde está. Quando nos valorizamos facilitamos que o outro também nos valorize.
• Compartilhe sua história e a sua visão. Explique qual a sua jornada e facilite com que as pessoas possam disseminar a sua mensagem e a ajudá-lo a chegar até seus objetivos.
• Entenda o seu contexto: muitas vezes nos sentimos sem valor, porque perdemos a perspectiva de quem precisa exatamente do que temos. Achamos que o que temos não é suficiente por estarmos sempre buscando mais conhecimento ou mais experiência. Além disso, nos vemos comparando com o outro a todo momento. Ainda nos comportamos com a ideia de que devemos servir a todos, como a um mercado de massa, e por isso em nossas mentes o que temos nunca é o bastante. Por isso, entenda onde está posicionado no mercado. Você é e tem o bastante para oferecer de valor para alguém. Encontre-o.
• Tenha consciência do que a sua audiência espera de você. Esteja sempre atento aos sinais do outro e às oportunidades de inserir a sua oferta em sua comunicação para ser ainda mais efetivo.
• Colete depoimentos e mensagens de seus clientes, parceiros, público. E tenha orgulho em recebê-los. Se você está feliz com o retorno, compartilhe genuinamente a sua felicidade com mais pessoas. Não há nada de mal nisso!
• Medo da rejeição: você não precisa e nem será atrativo da mesma forma para todas as pessoas. E tudo bem! Isso não quer dizer de que você não tem valor. É preciso desassociar o fato de alguém não se interessar pelo que oferece com o medo de ser criticado ou ser mal visto.

Se você está lendo esse texto provavelmente tem bastante conhecimento a ser compartilhado, mas a autocrítica é ainda maior. Eu espero que você entenda que o mercado se comporta de uma maneira diferente e nós precisamos nos adaptar. O mundo não precisa ser apenas dos comunicadores natos.

O meu papel é que você também tenha o seu lugar ao sol como a escolha número 1 para o seu público. Mas para isso, é preciso também ser visto para ser lembrado.

Pronto para começar a compartilhar o seu valor?