Melania Trump: Eu realmente não me importo e você? As mensagens escondidas em nossas escolhas

junho 25, 2018

 

- Eu realmente não me importo e você?

Essa foi a mensagem estampada na jaqueta da primeira-dama Melanie Trump ao embarcar no Air Force One no seu caminho de volta após visitar um centro de detenção no Texas, onde as crianças desacompanhadas de seus pais detidos imigração estão alojadas.

(Imagem: Express.co.uk)

Aos olhos da mídia no mundo todo, a jaqueta foi motivo de discussão e teve grande repercussão online. Afinal, o que a escolha, ou a indiferença nela, tem a dizer sobre sobre Melania e sobre aquele momento para o país?

Foi a pergunta que muitos fizeram.

A porta-voz de Melania, Stephanie Grisham, twittou em nome da primeira-dama dizendo que a escolha da jaqueta não possuía nenhuma mensagem nas entrelinhas, era apenas uma jaqueta.

Mais tarde, entretanto, Trump se posiciona contradizendo o anúncio:

“A mensagem nas costas da jaqueta da Melania se refere à Mídia de Fake News. Melania aprendeu o quanto são desonestos e ela realmente não se importa mais”

Independente se houve intencionalmente ou não o desejo de comunicar algo por meio da jaqueta, o fato é:

As nossas escolhas dizem muito sobre nós e impactam em nossa reputação e na percepção da nossa marca pessoal aos olhos do público.

No caso de Melanie, ainda, por sua posição de influência, as suas escolhas também se entrelaçam com o posicionamento da liderança de um país inteiro. Se as mensagens são contraditórias ou questionáveis, diminui-se a confiança nela e, consequentemente, em sua governança.

 

Uma linha tênue

Existe uma linha tênue entre se importar com a nossa imagem e reputação sem deixar que isso nos aprisione, tire a nossa liberdade e autenticidade.

Ao mesmo tempo, é preciso também analisar o contexto atual: A percepção é muitas vezes a realidade.

Com a infinidade de escolhas e informações com as quais temos contato diariamente, muitas vezes é preciso  tomar um atalho durante a nossa tomada de decisão, seja ao escolher uma marca na prateleira do supermercado ou o seu parceiro em um projeto.

E esse atalho é a reputação da marca, pessoal ou da empresa.

Como o nosso tempo é limitado e muitas vezes não queremos investir energia para investigar a realidade, a reputação se torna chave na tomada de decisão. E se não queremos dificultá-la em nosso favor, é preciso sim prestar atenção no que pode sabotá-la ou impactá-la negativamente.

Um vídeo nas redes sociais antes vista como “brincadeira de gente bêbada” ou um mal uso de palavras em um tweet pode ser uma tempestade na vida de quem os publica.

Como passamos mais tempo em contato com a maior parte das pessoas da nossa rede no meio online, o que é publicado é necessariamente a impressão que fica e, assim, associações sobre uma pessoa são formadas em nossa mente. Sendo estas positivas ou negativas, verdadeiras ou não.

Novamente, é um balanço importante e pode ser considerado um paradoxo no que se trata da gestão de nossa marca pessoal.

É preciso não se deixar limitar ou se aprisionar por aparências, pois esse é o maior risco em sua jornada. Você não será a sua melhor versão e não atingirá todo o seu potencial se não for você mesmo, na forma mais autêntica possível. Pois é isso que o torna atrativo e diferente de todas as outras pessoas.

E para que isso aconteça é preciso não se preocupar e se limitar com o que os outros julgam o que é certo ou errado.

Entretanto, é preciso ser estratégico para que a autenticidade não nos sabote ou, ainda, não prejudique ou desmereça o outro ao deixar de avaliar o contexto ou ambiente em que está inserido (é preciso sempre empatia e, por isso, adequações mesmo que sutis devem ser feitas – o que não tem acontecido com Melania).

 

A responsabilidade surge com a grande visibilidade

Estamos inconscientemente buscando inconsistências para saber se podemos confiar ou não em determinada pessoa. O alinhamento entre identidade e imagem é importante para trazer coerência e, como consequência, confiança na sua marca pessoal.

No caso da primeira-dama, a sua imagem é também um porta voz de alto alcance e representa uma nação (ou ao menos boa parte dela).

A preocupação da escolha da jaqueta tem menos a ver com o seu estilo ou preocupação excessiva com a imagem: quando há um poder de influência precisamos entender o poder do impacto da mensagem que emitimos.

Parafraseando e adaptando o famoso dizer para o contexto atual:

Com a grande visibilidade, vem grandes responsabilidades.

E uma imagem (ou uma foto) vale mais do que mil palavras.

A escolha pode ter sido um infortúnio (já que a primeira dama incomumente se posicionou sobre o assunto dos imigrantes de forma positiva) e a mensagem se torna, então, incoerente pelo contexto em que foi fotografada.

Ou, ainda, a escolha pode dizer muito sobre Melania e seu desejo de não ter assumido o papel de primeira dama (confidentes próximos dizem que no momento da eleição de Trump havia lágrimas – de tristeza e não alegria por parte dela).

 

A marca Melanie

A indiferença ou a passividade podem ser considerados atributos de personalidade da marca Melanie Trump, se observarmos o seu comportamento no papel de primeira dama.

Sua comunicação verbal com o público é limitada e, no que diz respeito à forma como se apresenta visualmente, ela não oferece muito contexto ou representatividade, considerando o impacto que sua imagem poderia (e pode) representar em suas aparições.

Ao contrário de Michelle Obama, ela se veste de acordo com a história que ela quer contar e, não necessariamente a história que o público quer ou precisa ouvir.

O que as primeiras-damas fazem e dizem em público é muito importante. Elas são mensageiras públicas importantes. Melanie é mais popular do que o presidente, e parece ter maior capacidade de influenciar a opinião pública de seu marido, mesmo quando comparada a representantes importantes como Ivanka Trump e vice-presidente.

 

Posso confiar em você?

O público, assim como nós, busca e buscará incoerências para decidir se deve ou não confiar em uma marca pessoal.

E na política a coesão de mensagens é tudo.

Por isso, o questionamento sobre a jaqueta se fez tão alto.

“Ela vestiu uma camisa de flanela de US $1.400 para uma sessão de fotos de jardinagem na Casa Branca, um casaco de US $10.000 na cúpula do G20 e agora ela usa um casaco Zara de 39 dólares para visitar as instalações de detenção e devemos acreditar foi um acidente?”

 

Será que foi descuido, casualidade ou intenção?

Em qualquer um dos casos, a confiabilidade em sua marca cai alguns pontos. Desnecessariamente.

Sobre Juliana Saldanha

Sou Estrategista em Personal Branding.
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