“É bom você sair, porque senão seria uma máquina de propaganda”. O que podemos aprender com a saída do Helton no Masterchef.

outubro 28, 2019

“É bom você sair, porque senão seria uma máquina de propaganda. E eu quero que você seja um bom cozinheiro”

Foram essas as sábias palavras do Erick Jacquin após a eliminação do Helton no Masterchef – ironicamente, meu programa favorito, mesmo que a única coisa que eu saiba “cozinhar” seja uma panqueca de banana. 

Sábio discurso, pois a procura pela mídia e pela audiência por um recém ex-participante carismático e engraçado, que se tornou extremamente popular, deve e será alta. Convites para entrevistas, propostas de empresas, demanda dos fãs por seus conteúdos serão intensos e frequentes por algum tempo. 

Sábias palavras, vindo do Erick Jacquin – alguém que carrega a tradição do berço da culinária mundial e valoriza a disciplina, necessária para chegar à excelência de um chef da alta gastronomia. Alguém que, preocupado, viu à sua frente um talento ainda bruto e que precisa ser bem lapidado para não ser desperdiçado. 

Surfar a onda da visibilidade pode ser o sonho e a estratégia de muitos ex-participantes. Afinal, essa é uma forma de se manter na mente das pessoas por mais tempo, o que influencia a contratação de um serviço de personal chef ou ajuda a levantar a popularidade de um restaurante recém-aberto, dois dos caminhos seguidos por muitos deles. 

Não é que não exista a possibilidade de investir na comunicação e aproveitar as oportunidades que a popularidade atrai, mas é preciso um balanço: entre execução e a comunicação. E esse balanço pende para um lado ou outro dependendo do momento que estamos vivendo. 

Para o Helton, ainda é preciso investir no seu aprendizado. Com apenas 19 anos e com o acesso restrito à riqueza que a culinária exibe (e tempo de vida e de experiência curtos) ainda é preciso mais explorar do que definir-se. Ainda é preciso mais escutar do que falar. Ainda é preciso mais criar na cozinha do que nas redes sociais. 

Nesse caso, o seu balanço ainda poderia pender mais para a execução do que para o marketing. Mais para a entrega, do que para a comunicação. Mais para os testes, do que para certezas. 

Fazendo um paralelo com as nossas vidas, o mesmo vale para quando iniciamos em uma nova área, estamos em transição ou estamos criando um novo “produto”. A pressão por comunicar sem trégua nas redes sociais é grande. Mas é mais do que aceitável que essa pressão não exista e que a balança penda, por tempo limitado, à execução. 

Afinal, se não há o que entregar, o que comunicar? Afinal, como ser referência se não há excelência? 

Por outro lado, não é preciso que cheguemos ao “Estado da Arte” para compartilhar o que sabemos. Afinal, tudo é uma jornada. Nunca estaremos 100% prontos e nunca saberemos de tudo. 

Podemos compartilhar o que acabamos de aprender. Podemos ensinar algo a quem ainda não sabe, ou mesmo a quem já sabe muito. E nessa jornada, enquanto evoluímos, trazemos juntos quem nos acompanha. 

Equilíbrio. 

O que talvez não exista pela intensidade da fama adquirida pelo ex-participante. E por isso, um puxão de orelha em rede nacional possa ter sido o conselho mais válido e honesto que ele poderia ter recebido. 

Para nós, experts ou iniciantes, em transição ou em decolagem, é preciso constantemente avaliar para onde a nossa balança deve pender: esse é um momento para atrair mais oportunidades ou para lapidar o nosso valor? 

E, provavelmente, em nossos casos não será nem um, nem outro. Será um momento para atrair mais oportunidades, enquanto lapidamos o nosso valor. Ou seja, um constante equilíbrio. 

Onde investir a energia? Quais as prioridades? São essas as perguntas necessárias na gestão da nossa marca pessoal.

E é sempre importante lembrar: Ter uma marca pessoal relevante não é sinônimo de ser um garoto-propaganda. Não é ser apenas um rosto bonito dizendo coisas bonitas. É ser procurado e lembrado pelo que você tem de melhor a oferecer. E, para isso, é preciso tanto a comunicação relevantemente atrativa, quanto a entrega genuinamente excelente. 

Em breve, espero ver o nome do Helton frequentemente mencionado como um representante da nossa gastronomia, mais do que presença apenas nos comerciais de TV. 

Nessa jornada, é preciso decidir: Quais as associações que eu quero que sejam feitas à minha marca? E mais importante: Qual a marca eu quero deixar?

Fica a reflexão, Helton. E, claro, para todos nós também. 

PS: Meu dia foi mais feliz quando ele me mandou uma mensagem, agradecendo pelo que eu falei. Sou fã, na real. <3 

Sobre Juliana Saldanha

Sou Estrategista em Personal Branding.
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