Definição Do Seu Posicionamento: Você É Um Impostor?

abril 2, 2018

Escutei a respeito da Síndrome do Impostor pela primeira vez há 5 anos, enquanto conversava com um empreendedor tech já mais experiente. Na época, eu tentava ir em frente com o meu primeiro projeto “inovador”. Na época, eu tentava ir em frente com o meu primeiro projeto “inovador” e ele me chamou várias vezes a atenção para a minha fala de “impostora”

 

O que é

A síndrome é um conceito que descreve indivíduos que não conseguem internalizar suas realizações e têm um medo contínuo de serem expostos como uma fraude.

Apesar da evidência de sua competência, aqueles que a exibem permanecem convencidos de que são fraudes e de que não merecem o sucesso que alcançaram.

(Aqui peço licença ao mencionar a Síndrome e exemplos de posicionamento de clientes, que não necessariamente sofrem dela. Para mais informações clínicas acessem sites da área de Psicologia/Médica)

 

Meu público e seus questionamentos

Como sabem, trabalho como consultora.

Um dos meus objetivos é trazer engajamento para as marcas pessoais com as quais eu trabalho, para que estas atinjam seus objetivos. Meu público é formado por pessoas com expertises relevantes e trajetórias interessantes. São autocríticos, enérgicos e estão sempre em busca de serem melhores.

Para muitos deles, a grande motivação do trabalho em Personal Branding é a busca do reconhecimento. Eles sabem que precisam entender e adaptar-se ao novo formato do mercado, para então colherem os benefícios condizentes a todo o potencial que possuem.

Após entender suas histórias, extrair a essência de quem eles são e alinhar à imagem, chega o momento em que trabalhamos o posicionamento, ou seja, o entendimento de onde suas marcas serão mais relevantes, para quem e por que.

Nesse momento, o desconforto de carregar um título que o “definem”, mesmo que seja para uso apenas interno, é evidente:

        “Mas eu posso atuar como educadora financeira, mesmo sem ter feito uma faculdade ou um MBA no assunto? Será que eu sei tanta coisa assim?”

“Mas na área de transformação digital, quem possui esse título está no mercado há 15 anos. O que acontece se virem o meu perfil?”

“Mas será que eu posso tentar uma posição em design estratégico agora? Eu nem tenho tantos anos de experiência assim. O que vão pensar de mim ao verem o meu currículo?”

 

E a preocupação é pertinente. Afinal, são as suas reputações e seus nomes em jogo. Ninguém quer ser visto como uma fraude.

Além disso, o motivo das crises de imagem cada vez mais frequentes nas redes, é quando há um gap entre o que é dito (um exagero ou uma maquiagem nos discursos) e o que é a realidade de fato. E claro, ninguém quer enfrentar uma crise de imagem.

Principalmente nós autocríticos e com um grande senso de responsabilidade.

 

Desbalanço

No mercado atual há esse desbalanço: enquanto muitos experts e gurus se autoentitulam sem muita solidez aparente, outros profissionais, empreendedores e experts recuam e diminuem a grandeza do que possuem de valor.

E esses são os meus clientes: autocríticos, com grande senso de responsabilidade e com muito a entregar. A desconfiança de que, o que eles possuem nem é tanta coisa assim, aparece vez ou outra em nossas conversas.

E no mercado atual competitivo e com um grande deficit de atenção, não há mais espaço para ser muito modesto. É preciso estar lá fora (que seja no Linkedin) e assumir o que trazemos à mesa.

Não há espaço para que a Síndrome do Impostor assuma os nossos discursos, mesmo que esta ainda exista internamente em alguns momentos.

 

Shift da lógica de mercado

A dominância da lógica que atuou no mercado até então contribui para essa mentalidade.

Na hierarquia da escada de sucesso, os que possuem maior tempo de experiência são mais valorizados e, em tese, melhores do que aqueles na mesma área, que estão começando a jornada. Ou seja, não há mais nada a ser avaliado a não ser o título Junior ou Sênior e a vertical em que está inserido.

Histórias, habilidades, prática, autodidatismo, personalidade e segmentação de atuação são deixados de lado e não adicionados no mix que é o seu valor, o que você traz à mesa.

Não há variáveis e a comparação é sempre na vertical e para um mercado de massa. Ou seja, em nossas mentes, ainda, se não temos 10 anos de experiência em uma determinada função oficial, ainda não temos tanto valor assim.

 

A lógica atual e a do Personal Branding

Sempre teremos o valor suficiente e o que é extremamente necessário para algum público.

Se você tem 2 anos de atuação, você terá uma audiência talvez diferente, mas extremamente tão necessitada quanto àquele que é o público ideal para quem tem 10 anos de atuação.

Ou quem sabe será uma audiência similar, ao perceber que a sua história de vida, sua prática não oficial e o seu valor emocional contribuem para também perfeitamente atendê-los?

O mercado não é só apenas uma massa só. A era Fordismo acabou.

 

Leia também: 5 razões que te impedem hoje de investir na gestão da sua marca pessoal

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E os casos mencionados?

A educadora financeira sem o MBA? O que ela possui são anos de prática na vida pessoal que a fez adquirir bens pelo seu conhecimento na área financeira. Ou seja, resultados. Hoje ela ensina homens e mulheres em sua região sobre o assunto.

“Mas e as dezenas de outros educadores que ensinam melhor sobre investimento em ações do que eu?” foi a sua pergunta recente.

Quanto mais conhecimento (quando perdemos a inocência de principiante), maior a pressão e mais enxergamos que não sabemos tudo. E é aí que a Síndrome atua novamente e começamos a ver que podemos ser desmascarados.

O meu lembrete é: Quem é o seu público mesmo? Eles querem saber sobre o mercado de ações? É essa a sua promessa de venda ao oferecer o seu curso?

Não, o mercado que ela atende são geralmente casais que possuem um perfil conservador quando se trata de investimentos. Ou seja, não há nenhum gap ou fraude. Há apenas o medo da crítica e o desconforto em segurar essa nova posição. O que é muito comum entre nós.

E caso ela queira entrar no mercado de ações, por que não estudar, aplicar na prática, colher resultados e ensinar? É só questão de tempo.

O cliente em inovação? Apesar de não ter 15 anos em estudos formais na área, possui anos de prática em grandes corporações e conhecimento formal recentemente adquirido. O que trabalhamos foi a percepção de todo esse valor e a comunicação de seu conhecimento para o mercado, o que gerou grandes frutos poucos meses depois.

E o cliente em design estratégico? Aparentemente sem tantos anos de experiência de carteira assinada, mas com 5 anos “escondidos” de trabalho anterior como freelancer na área.

 

Você é único

Essa é a mágica do Personal Branding. E provavelmente possui o que é suficiente e extremamante necessário para alguém. É só você conectar os pontos. E para onde queremos chegar (porque sempre queremos mais) é só uma questão de tempo e faz parte da jornada.

Toda vez que você se sentir um impostor, lembre’se que provavelmente é a pressão das novas e maiores responsabilidades que estão chegando.

Revise toda a sua experiência, sua vontade, suas batalhas e o valor que adicionou a tantas pessoas durante essa jornada. Leia depoimentos, converse com seus mentores, comemore e anote suas conquistas.

 

E um último ponto que também ajuda?

Saber que até a Meryl Streep enfrenta essa crise vez ou outra:

“Você pensa: ‘Por que alguém iria querer me ver novamente em um filme? E eu nem sei atuar, então por que estou fazendo isso?'”, ela disse a Ken Burns em uma entrevista para o USA Weekend.

Sobre Juliana Saldanha

Sou Estrategista em Personal Branding.
Tenho como missão te ajudar a posicionar-se no mercado e comunicar o seu valor de forma relevante e memorável.

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2 comentários

  1. Oi Juliana! Estava pesquisando maneiras de “definir” minha marca pessoal e acabei caindo aqui no seu blogue, adorei esse texto, estou pulando por vários!
    Acho que a síndrome do impostor é meio inerente a quem tem senso crítico, hahaha… talvez o excesso de autocrítica nos trave demais, igual você falou. As coisas que mais posso me considerar conhecedora, são justamente aquelas que tenho mais responsabilidade (e medo) de me divulgar…

    1. Oi Thais,

      Seja bem vinda ao blog! 🙂
      A Síndrome é bem comum. Quanto mais sabemos, menos achamos que sabemos. Ou mais medo temos de errar. Mas é sempre lembrar, o que você tem hoje em mãos é importante e relevante pra alguém agora. E a gente precisa compartilhar pra ajudá-los! Senão, é um desperdício.

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